Não há nada a dar, nada a receber. Tudo está absolutamente em ordem, tal como está. Não há necessidade alguma de dar ou receber. Estás absolutamente perfeito, como és.
Esse ensinamento do Oriente tem sido muito mal interpretado no Ocidente, porque dizem: que espécie de ensinamento é esse? Então as pessoas não lutarão, não tentarão chegar a maior altura? Então, não farão um esforço para modificar seu caráter, para mudar suas maneiras más, obtendo as boas? Acabarão vítimas do Diabo. No Ocidente, “Melhora a ti mesmo” é a recomendação. Em termos deste mundo, ou em termos de outro mundo, mas melhora. Como melhorar? Como tornar-se maior e ganhar grandeza?
No Oriente entendemos isso muito mais profundamente: compreendemos que o próprio esforço se constitui numa barreira, porque já estás levando teu ser contigo. Não precisas transformar-te em coisa alguma; basta que compreendas quem és, isso é tudo. Compreende, apenas, quem se esconde dentro de ti. Melhorar, seja no que for que melhores, sempre te trará angústia e ansiedade, porque o próprio esforço para melhorar te estará levando para o caminho errado. Isso torna o futuro significativo, o objetivo significativo, os ideais significativos e, assim, tua mente torna-se um infinito desejar.
Põe de lado o desejar. Deixa que o desejar desapareça, torna-te um silencioso lago de não-desejos - e, de repente, serás surpreendido: inesperadamente, ele estará ali. E rirás gostosamente, como Bodidarma riu. Os seguidores de Bodidarma dizem que, quando tornas a ficar silencioso, podes ouvir-lhe a gargalhada. Ele ainda está rindo. Não parou de rir desde então. Ri porque “que tipo de brincadeira é essa? Já és o que estavas tentando ser! Como podes ter êxito, se já és aquilo que estás tentando ser? Teu fracasso é absolutamente certo. Como é possível que te tornes aquilo que já és?” Osho
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